22 de agosto de 2008

FESTIVAL 3 MUNDOS

Publicado na revista e já mencionado aqui no blog, o trabalho da "3 Mundos" vem provando a tudo e a todos que o jeito certo de se fazer as coisas ainda funciona, funciona bem, e muito melhor do que o jeito errado!

Confira agora, a resenha feita por Andrea Ariani do festival que aconteceu no Kazebre sexta-feira passada.

____________________________________________________________________


Noite atípica de calor em pleno inverno, bom clima para o primeiro festival da 3 Mundos, nova produtora capitaneada pelo baixista Alyand (do DF e 88 Não!) e também para rever o Dead Fish depois da última passagem deles pelo Kazebre em abril. Com exceção da asterdon e das bandas que tocaram no palco 2, todas as do line up da produtora estavam presentes (os supra citados Dead Fish e 88 não!, mais Nitrominds e Questions).
Os responsáveis por abrir a festa foram os alemães da Kaeng. A banda que deu início a sua tour pelo Brasil, no mesmo dia (mais cedo) tocou com o Nitrominds na Pista de Skate em São Bernardo. Apesar do pouco tempo de banda (formada ano passado), por serem desconhecidos do público e por ser sua primeira vez no Brasil, agitaram a galera presente. Se definem como uma mistura de stoner, metal, punk and doom influenciados por QOSA, Motorhead e Helmet e vê-los ao vivo dá uma leve idéia do que seria ver o Tool tocando por aqui. Por alguns momentos o vocal lembra o Placebo com um instrumental infinitamente mais pesado. "Maybe not", "Into the void", "Van" e "No gravity" (uma das melhores), foram algumas do set. Todas essas fazem parte do disco que recentemente disponibilizaram em seu myspace. A banda é muito simpática e divertida mas o destaque vai para o batera Christaeng que ao final de cada música levantava um cartaz pro público ora escrito "Saúde" antes de dar um gole na breja ou "Valeu" para agradecer os aplausos. Hilário.
Como é normal no Kazebre, as atrações se revezavam no palco 1 e 2. No 2 foi a vez da Abulia. Banda de SJ Campos com 7 integrantes, 3 deles no vocal - destaque pro gutural do Billy e o ótimo instrumental das guitarras. A mistura de grind com hardcore com letras de indignação e protesto fizeram a galera agitar. Boa pedida para aquecer os fãs do Questions.
No 1, a vez do 88Não!. Talvez não precise de apresentação mas para quem ainda não conhece, a banda é de Mauá, formada em 2000 pelo ex-baterista da clássica Subviventes. Com experiência de já ter vários shows no currículo e dividido o palco com as argentinas Doble Fuerza e Ataque 77, o som pareceu mais pesadão ao vivo. Agitou a galera que partiu pro bate cabeça em sons como "Mercenários" (que abriu o show) e "Adolescência". Sem falar muito com o público, deram o recado e sairam do palco. Enquanto isso, o telão baixa e começa a tocar Manowar! Tudo a ver!
Galera começa a debandar para ver o Prelúdio no palco 2. O ótimo hc cantando em português influenciado por Propagandhi e Bad Religion e pelos nacionais Paura e Noção de Nada agitou a galera que parecia incasável. Era só pedrada. O set foi baseado no EP autointitulado lançado por eles em 2006. Como diz o release no myspace deles: show enérgico, direto e verdadeiro.
Era preciso recuperar logo o fôlego, no 1 agora Questions. Mesmo com um dos guitarristas Pablo (a banda tem dois guitarristas e os dois curiosamente se chamam Pablo) que se acidentou andando de skate e foi substituido e o vocal Edu que estava rouco, a desgraceira comeu solta no palco e na roda. O set foi recheado de sons das antigas como "Left Behind" e outros mais novos como "Conscience", que na versão original conta com a participação do Igor Cavalera, além da cover do Agnostic Front pra fechar.
Against yourself, a próxima do palco 2, é um power trio de São Paulo, que infelizmente está um pouco afastada dos palcos. Fizeram um show curto mas muito competente. O destaque do set foi para o single "Tente ver", único som atualmente disponível no myspace da banda.
Depois de alguns ajustes básicos era a vez de finalmente ver o Nitrominds tocando no palco 1. Das outras vezes sempre vi os caras lá no 2, estava na hora! O set foi mais um baseado no "Verge of Collapse" e agitou demais o público. "This world", "People I know" e "40 minutes of freedom" fazem parte desse último trabalho e está total na ponta da língua. Um bate cabeça e a roda comandada pelo baixista Lalo que ia dando as coordenadas para galera formar foram os destaques, deixando o show ainda mais porrada. "Viena", "Start your own revolution", "Killing machine" foram outras do set, além de "Policemen" e a instrumental "Nitrominds". Foda como sempre!
A última do palco 2 foi a Upset Kids, pop punk de São Paulo e única com vocal feminino e destoando das restantes do set. Além de Izah (vocal) e Dani na guitarra, a banda desfalcada de seu baterista Gustavao que estava viajando foi substituído por Evy da banda Depois do fim. O show foi relativamente curto, já era quase 4 da manhã e a galera ainda guardava forças pra ver o Dead Fish.
Passava das 4:15 quando eles finalmente encerram a noite ou abriram o dia, como queiram. O show era para ser em média de uns quarenta minutos mas era mais de 05:30 quando terminou. A galera foi ao delírio a cada som. Rodrigo insano em "Por paz", numa troca de energia incrível com o público. Por conta dessa agitação, teve até fotógrafo largando a câmera pra cair na roda. Foi mais um set gigante que faz parte das comemorações dos 17 anos. Todos os hits estavam lá, além das músicas novas com os nomes não-oficialmente divulgados (confira o set abaixo). O mais curioso foi confirmar que, apesar de ter sido lançado há um tempo, os sons do CD "Um homem só" não agitam muito a galera, tem fã das antigas que se recusa a curtir por achar que destoa dos outros do Dead Fish. E isso o vocal Rodrigo também confessou sentir, segundo ele, "é um disco que não bateu legal", que ele também não se identifica.
Já amanhecendo, a galera foi indo embora. O público foi abaixo do esperado mas se o que vale é qualidade e não quantidade, a galera que esteve representou e agitou em todos os shows. E só se pode tirar o chapéu pra galera da 3 Mundos pela iniciativa, profissionalismo e resistência. Som sem problemas, shows legais e sem atrasos. Parabéns Alyand, que seja o primeiro de muitos.

Set Dead Fish: O homem nu / Sonhos colonizados / Siga / Rei de açúcar / Perfect party / Zero e um / Linear / Mulheres negras / Um homem só / Old boy / Proprietários do terceiro mundo / Sonho médio / Bem vindo ao clube / Paz verde / Obrigação / Afasia / Me ensina / Iceberg / Didático / Senhor, seu troco / Queda livre / Tão iguais & Anarquia corporation / Por paz



DEAD FISH

01

02

03


NITROMINDS

04

05


QUESTIONS

06

07


88 NÃO!

08

09


KAENG

10

11


ABULIA

12

13


PRELUDIO

14

15


UPSET KIDS

17

16


AGAINST YOURSELF

19

18

Fotos por Mauricio Santana (www.mauriciosantana.com.br) e Bruno Massao (www.flickr.com/brunomassao)



Nenhum comentário: